Quando comecei a atuar como voluntário da OKBR, no inicio de 2015, estava interessado em desenvolvimento colaborativo de softwares, e nos mecanismos de gestão e auto-gestão dos colaboradores… Percebi que tanto nos processos de colaboração como no própria governança da OKBR havia uma certa carência de formalidade (alguns chamam de burocracia), de regras e processos mais claros para os colaboradores de fato somarem e maximizar essa soma, para as pessoas não patinarem nas discussões… E para a OKBR poder dar exemplo para outros brasileiros do que seria afinal a tal da democracia participativa, com plenas transparência e descentralização.
Aos poucos me auto-promovi como Ombudsman da OKBR: não exatamente um ouvidor ou ombudsman atendendo dentro da OKBR, mas alguém “meio de fora”, plugado nos canais de comunicação e espaços de discussão da OKBR para verificar onde surgem as falhas, e relatar o que encontrou.
NOTA: depois desses 2 anos, observando também em volta, em outras entidades, passei a acreditar que a informalidade é da cultura brasileira, vemos a mesma coisa em outras ONGs, em cooperativas e em condomínios. Parece que, de 2013 para cá, devagar, está mudando… Mas ainda hoje, ser um pouquinho mais formal (para atingir metas de transparência e democracia) é um desafio cultural.
Hoje me despeço: não que eu tenha me cansado de ser “o pentelho pela formalidade”, mas chegou a hora de vestir outra camisa, do lado de dentro da OKBR. Estou me oferecendo para atuar como apoio à direção executiva da OKBR… Concordamos que aquilo que eu reclamava e expunha faz algum sentido, mas dá trabalho (!), e ninguém foi pago para ter tanto trabalho, nenhuma das pessoas que de fato assumem responsabilidades dentro da OKBR tem “tempo sobrando” para fazer tudo o que julgamos ideal.
É um novo desafio, e não poderei ser fiscal e fiscalizado ao mesmo tempo.
Da minha experiência, se alguém julgar que ainda é preciso esse tipo de “ouvidoria pró-ativa”, basta participar aqui do DiscussOKBR ou no Github (nas issues), relatando o que vê no dia-a-dia da OKBR, tentando ser didático e defendendo seus pontos de vista na discussão… Nem precisa ser associado formal (!), basta participar como voluntário em algum dos projetos OKBR.