Planejamento para colaboração
(início sugerido: julho 2016)
Para a OKBr avançar sua missão e, em especial, atingir uma escala compatível como discutido na sugestão anterior, planejamento e disciplina são necessários ao seu conselho e diretoria. Para que possa haver coordenação e confiança entre o conselho - um pequeno grupo curador e fiador, - a diretoria - gestora da infraestrutura fiscal, - e seus projetos, encarregados e comunidade - que são os corpos que provêem inteligência e força de trabalho para a transformação.
Assim o fazem tantas outras organizações próximas, tanto em ambição quanto em temática, que se encontram em situação de gerir ações e repersentações multicêntricas e geograficamente distribuídas sobre conhecimento livre.
Destaco o exemplo da Software for the Public Interest (SPI, incorporada em 1997), responsável pela distribuição Debian GNU/Linux e dezenas de outros projetos longevos e sustentáveis de produção técnica e educativa, ligados ao Software Livre, além de inúmeros projetos que passaram por si e depois ganharam estrutura prórpia.
Além de primordial, esse exemplo é um dos modelos que se revelou mais eficaz em se legitimar perante uma comunidade geograficamente distribuída e constantemente dedicada, permitindo articulação e colaboração tanto para resolução de problemas como para exploração de novas ideias.
O planejamento e processo de reuniões e outras informações da SPI estão descritas no seu site:
http://www.spi-inc.org/
O cotidiano do seu conselho suscintamente documentado aqui:
http://www.spi-inc.org/meetings/
E a relação com seus projetos afiliados nesta resolução:
http://www.spi-inc.org/corporate/resolutions/2004/2004-08-10.iwj.1/
Enquanto é possível que nem todos os pontos se apliquem, para a maior parte seu intento é claro e facilmente adaptável. Há procedimentos simples de serem adotados pela OKBr, como ter uma agenda pública e previsível de reuniões, exigir publicação prévia de pautas na agenda, publicar como foi votada cada questão, e publicar atas e resoluções de cada instância de forma sistematizada.
Isso permite a todos - diretoria, projetos, comunidade, associados - preverem e se planejarem para participar ou intervir com relação à organização e seus gestores. Sem isso, fica difícil haver colaboração e perde-se tanto legitimidade como potencial de solução de problemas.
Além desses pontos básicos, outras coisas podem ser mais difíceis de adotar. Por exemplo, pode ser difícil a OKBr fazer reuniões por IRC e publicar a íntegra dos logs. Mas isso não impede de minutar as reuniões, quer ocorram presencialmente ou por vídeo, ou mesmo realizá-las de forma que uma gravação fique online.
Uma diferença importante é que já me pareceu por vezes haver na OKBr uma maioria decisora que julgue necessário ocultar a discussão de certas pautas. Apesar de não compartilhar dessa ideia e não considerar essa prática saudável para que e quando a organização atingir sua escala desejada, noto que é trivial adaptar registros públicos para referenciar registros privados com uma justificativa, um prazo e um link para quem tenha acesso.
Quando falo que esses são itens de planejamento é porque o são no seu sentido mais estrito. A OKBr tem compromisso com a publicidade e seus associados tem direito às informações pertinentes à associação, porém sem fazer parte do planejamento isso não se realiza, ou se realiza de forma pouco harmônica e proveitosa.
Um modelo como o da SPI é extremamente simples de ser adotado e não requer nenhuma nova ferramenta ou custo, apenas comprometimento e planejamento das partes em fazê-lo acontecer.