Planejamento OKBr 2016-06-24

Tentando[1] usar este fórum como espaço para publicação e discussão de propostas para o encontro de planejamento.

A melhor maneira que vi foi criar esse post geral e incluir cada proposta como respostas abaixo. Todes que tiverem propostas e as quiserem tornar públicas para reflexão e comentário antes da reunião são bem vindes a incluí-las, basta clicar responder a este post inicial.

[1] (Em vista à desativação da wiki pela OKI, mas encontrando algumas dificuldades pela rigidez do software, falta de localização, tags pré-definidas, e impossibilidade de criar um “post wiki” sem ser administrador.)

Estratégia de 26 estados ou OKSP

(início sugerido: agosto 2016)

Para fazer valer seu nome e o espaço que ela oficialmente ocupa nas relações com a rede internacional, assim como o espaço que se apresenta ocupando como referência nacional, a OKBr precisa de uma estratégia de 26 estados, e isso deve estar no centro do seu planejamento.

Tal estratégia deve visar, no médio prazo, isto é entre 1 e 2 anos, ter localizado e estabelecido ao menos um pólo por estado com tarefas definidas em termos de formação de comunidade/rede e replicação de boas práticas, seja cada pólo voluntário ou não.

A OKBr deve ser flexível no que aceita como pólo, respeitando a diversidade regional do país. Assim, em termos institucionais, se esse pólo é um indivíduo ou grupo, esses podem exercer sua atuação de forma voluntária ou vinculada à OKBr, nesses casos com um acordo direto. Se o pólo for uma outra associação, ou indivíduo vinculado a esta, espera-se então que esta associação firme acordo de parceria com a OKBr.

Requer-se desses grupos apenas estarem posicionados de forma coerente com a OKBr, isto é, não estarem subordinados a partidos políticos ou atividades que vão diretamente contra os princípios. Eles devem se comprometer com uma agenda mínima de ação negociada, entendendo que poderão ser substituídos caso não a cumpram.

Na base dessa estratégia e dessa agenda deve estar o fortalecimento da comunidade através de grupos estaduais, mobilizados pela troca de conhecimento e experiências, além da condução de projetos de sua própria iniciativa.

Por fim, apesar de complexo, precisa estar no horizonte dessa estratégia a representação plural nos conselhos da organização, prevendo sua expansão ou a substituição gradual e oportuna dos conselheiros atuais por representantes das cinco regiões do país. Em caso de substituição, além do voluntarismo pode-se utilizar critérios como assiduidade, dedicação e avaliação pelo quadro social.

Como sintetizado no título, a alternativa a uma estratégia de 26 estados é esta organização assumir uma nova identidade, como OK São Paulo, estimulando e ajudando a OK Internacional a encontrar outras lideranças e formar outros grupos e organizações pelo país.

Considero ambos os caminhos perfeitamente factíveis, sem maiores exigências de recursos materiais, porém a primeira demanda ainda mais um planejamento para colaboração.

Planejamento para colaboração

(início sugerido: julho 2016)

Para a OKBr avançar sua missão e, em especial, atingir uma escala compatível como discutido na sugestão anterior, planejamento e disciplina são necessários ao seu conselho e diretoria. Para que possa haver coordenação e confiança entre o conselho - um pequeno grupo curador e fiador, - a diretoria - gestora da infraestrutura fiscal, - e seus projetos, encarregados e comunidade - que são os corpos que provêem inteligência e força de trabalho para a transformação.

Assim o fazem tantas outras organizações próximas, tanto em ambição quanto em temática, que se encontram em situação de gerir ações e repersentações multicêntricas e geograficamente distribuídas sobre conhecimento livre.

Destaco o exemplo da Software for the Public Interest (SPI, incorporada em 1997), responsável pela distribuição Debian GNU/Linux e dezenas de outros projetos longevos e sustentáveis de produção técnica e educativa, ligados ao Software Livre, além de inúmeros projetos que passaram por si e depois ganharam estrutura prórpia.

Além de primordial, esse exemplo é um dos modelos que se revelou mais eficaz em se legitimar perante uma comunidade geograficamente distribuída e constantemente dedicada, permitindo articulação e colaboração tanto para resolução de problemas como para exploração de novas ideias.

O planejamento e processo de reuniões e outras informações da SPI estão descritas no seu site:

http://www.spi-inc.org/

O cotidiano do seu conselho suscintamente documentado aqui:

http://www.spi-inc.org/meetings/

E a relação com seus projetos afiliados nesta resolução:

http://www.spi-inc.org/corporate/resolutions/2004/2004-08-10.iwj.1/

Enquanto é possível que nem todos os pontos se apliquem, para a maior parte seu intento é claro e facilmente adaptável. Há procedimentos simples de serem adotados pela OKBr, como ter uma agenda pública e previsível de reuniões, exigir publicação prévia de pautas na agenda, publicar como foi votada cada questão, e publicar atas e resoluções de cada instância de forma sistematizada.

Isso permite a todos - diretoria, projetos, comunidade, associados - preverem e se planejarem para participar ou intervir com relação à organização e seus gestores. Sem isso, fica difícil haver colaboração e perde-se tanto legitimidade como potencial de solução de problemas.

Além desses pontos básicos, outras coisas podem ser mais difíceis de adotar. Por exemplo, pode ser difícil a OKBr fazer reuniões por IRC e publicar a íntegra dos logs. Mas isso não impede de minutar as reuniões, quer ocorram presencialmente ou por vídeo, ou mesmo realizá-las de forma que uma gravação fique online.

Uma diferença importante é que já me pareceu por vezes haver na OKBr uma maioria decisora que julgue necessário ocultar a discussão de certas pautas. Apesar de não compartilhar dessa ideia e não considerar essa prática saudável para que e quando a organização atingir sua escala desejada, noto que é trivial adaptar registros públicos para referenciar registros privados com uma justificativa, um prazo e um link para quem tenha acesso.

Quando falo que esses são itens de planejamento é porque o são no seu sentido mais estrito. A OKBr tem compromisso com a publicidade e seus associados tem direito às informações pertinentes à associação, porém sem fazer parte do planejamento isso não se realiza, ou se realiza de forma pouco harmônica e proveitosa.

Um modelo como o da SPI é extremamente simples de ser adotado e não requer nenhuma nova ferramenta ou custo, apenas comprometimento e planejamento das partes em fazê-lo acontecer.

Aberto para financiamento

(início sugerido: outubro 2016)

A OKBr, por parte de seu esforço como plataforma de projetos em conhecimento livre, e se beneficiando de um planejamento para colaboração, poderia criar um catálogo de projetos selecionados mas em demanda de recursos.

Este serviria como uma forma de sinalizar que boas ideias estão abertas a financiamento - seja coletivo, seja corporativo - ou outros recursos - de trabalho ou materiais.

Não apenas facilitaria-se obter meios para novas ideias, como faria as vezes de vitrine para os projetos em andamento - vitrine mesmo, no sentido de “exibir para venda”, no caso, para apoio à sua continuidade ou início.

Do lado vitrine, com um pouco de criatividade isso pode ser emulado no site Wordpres atual, tratando-se novamente mais de uma questão de planejamento que de ferramentas. Restaria definir um esforço de divulgação, e possivelmente outros suportes.

Do lado projetos, envolveria dois processos: qual critério para admitir na vitrine novos projetos, ou projetos em andamento, que queiram se beneficiar.

O objetivo final é exibir catálogos em cabeleireiros para substituir os da Natura :wink: Usem a imaginação.

O valor e eficácia dessa vitrine, e mais ainda a ética dela, estão, naturalmente, intimamente ligados ao planejamento para colaboração.

Movimentos secundaristas

(início sugerido: agosto 2016)

O planejamento deve levar em conta como as ações da OKBr, em seus projetos e iniciativas vindouros, irão contemplar as questões dos movimentos escolares emergente no país.

Essa é talvez a maior oportunidade atual, senão em muitos anos, para criar processos duradouros de formação de cidadania usando como temática a abertura do conhecimento.

Há inúmeros caminhos para aproximação, que misturam Educação Aberta e Recursos Educacionais Abertos, Ciência Aberta, Dados Abertos etc. Considerando as pautas dos movimentos sobre o currículo escolar, sobre relações de poder na escola; considerando a falta de verbas para estrutura enquanto há corrupção na merenda e subsídios ao setor privado pela compra de material didático; considerando como esses movimentos se associam ao que se passa também nas universidades.

Enfim, é uma irmandade natural e necessária, mas também difícil, e portanto precisa ser discutido no planejamento. E talvez seja o alvo que mais dependa de um planejamento para colaboração.

Escola de gestão aberta

(início sugerido: janeiro 2017)

Ao estabelecer e documentar um modus operandi multiplicador e emporderador de colaborações formais e informais, a OKBr poderá contribuir para essa cultura também em seus projetos e outras organizações.

Isso se enquadra de forma favorável aos atuais movimentos por maior clareza, avaliação e coordenação de ações do terceiro setor. Ou mesmo do primeiro, e do segundo.

Por vez, esse contexo abre espaço para adiante se planejar um ou mais cursos de gestão aberta para projetos e organizações, a partir das diversas experiências no universo do conhecimento livre.

Atualização/esclarecendo:

Explicando melhor, a ideia.

Há uma demanda de competência para gestão mais aberta do conhecimento no terceiro setor, como práticas de documentação, transparência e compartilhamento intra e inter organizacional. Tanto no aspecto metodológico como técnico.

Além da demanda, há exigências crescentes para esse setor sob esses mesmos termos: compartilhamento de informação para permitir coordenação para gerar colaborações que aumentem impacto, reprodutibilidade, auditabilidade etc.

O ponto desta sugestão é que essa demanda, fortuitamente, vai de encontro ao ofício e missão da OKBr: conhecimento aberto e seu usufruto, em especial pela colaboração.

Assim, uma vez que tenhamos colocado em prática nosso planejamento, e na medida em que esse planejamento for exemplar em explorar princípios e práticas que permitam uma mobilização coerente, escalável e sustentável em torno da nossa missão, podemos oferecer a outras organizações treinamento para adotá-las.

Saber dizer não, a.k.a. escolher o campo de batalha

Esta é mais uma reflexão geral para o planejamento, já que não estarei presente.

No campo do conhecimento livre há incontáveis batalhas para serem lutadas.

Enquanto isso é uma pena, pois precisamos de muitos exércitos - como já discutido na questão da escala nacional, - também torna necessário coordenar esforços estrategicamente para se reforçarem e reforçarem seu crescimento, identificando onde ele é orgânico e onde sofrerá resistências.

Isso tanto em termos de comunidades, de articulações e parcerias, de financiamento de projetos.

Contudo o engano pode vir nos dois sentidos: tanto no de investir numa causa ou processo nocivo por vantagens imediatas mas incompatíveis com o organismo, como temer uma causa ou processo incertos por não enxergar dinâmicas agregadoras capazes de montar a sua própria força para avançar.

Agora vão decifrar isso… nem eu sei o que eu disse. kkk